IÇA O DOIS!

A evolução do apoio logístico no Exército Brasileiro

Artigo 32_3                                                                         ano 2009/jul/ago/set               origem:   Centro de Comunicação Social do Exército
É nosso entendimento que cada força Singular tenha seu Sistema Logístico particular, do qual faz parte um específico Sistema de Apoio Logístico, com vistas a todo seu material militar e  sistemas de defesa. O conjunto desses sistemas, com ênfase na integração e na padronização, no nosso entender tem que receber especial atenção do MINISTÉRIO DA DEFESA, no sentido de constituir então, um SISTEMA DE GERENCIAMENTO DA LOGÍSTICA DE DEFESA.   Visando ao estudo da organização de Logística das nossas Forças Armadas, com a finalidade precípua de prover elementos de conhecimento que contribuam para sua integração e/ou padronização, reproduzimos neste número, o artigo "A Evolução do apoio Logístico no Exército Brasileiro".

(Nota da redação)

 

"Em maio de 1821, durante a regência de D. Pedro I, foi criado o Quartel-Mestre General, que recebeu encargos referentes ao rancho da tropa, ao fardamento, ao equipamento, ao material de acampamento, ao arreamento e aos utensílios usados no Exército. Essa organização militar perdurou até 24 de outubro de 1896, quando foi substituída pelo que é considerado o embrião da Diretoria Geral de Intendência do Exército: a Intendência Geral de Guerra.
A Intendência Geral de Guerra funcionou até 1908, sendo substituída pelo Departamento de Administração e Intendência de Guerra.
Em dezembro de 1915, foi criado o Departamento de Intendência, no Ministério da Guerra. Os seus órgãos técnicos eram a Diretoria de Administração e a Intendência da Guerra.
A Intendência da Guerra tinha a missão de assegurar ao corpo de tropa e às fortalezas e estabelecimentos militares o fornecimento do material necessário à alimentação, ao vestuário, ao equipamento, ao alojamento, ao arreamento e ao transporte. Era o órgão operacional do Serviço de Intendência e se organizava em quatro divisões e uma oficina de alfaiates.
Em outubro de 1920, foi aprovado o Regulamento para o Serviço de Intendência da Guerra, considerado a Lei Orgânica do Serviço de Intendência. Nele estavam contidas as atribuições da Intendência. Nesse ano foi criada a Diretoria de Administração da Guerra, órgão subordinado à Secretaria da Guerra, com a missão de gerir e administrar o provimento de material.
Como decorrência disso, foi organizada, em 1921, a Diretoria Geral de Intendência (DGI), que começou a funcionar no dia 1º de dezembro daquele ano. A DGI passou a cumprir os encargos que cabiam as extintas Diretoria de Administração da Guerra e a Intendência da Guerra.
Com a eclosão da II Guerra Mundial, o Exército Brasileiro passou a adotar a doutrina e as técnicas vigentes no Exército norte-americano. Disso resultou uma necessidade de reformulação do Serviço de Intendência, o que veio a impor a criação do Quadro de Material Bélico (QMB).
O QMB foi instituído para prover as necessidades em pessoal especializado para o exercício de comando, chefia e direção de órgãos da Alta Administração do então Ministério da Guerra, das diretorias de Suprimento, Manutenção e Fabricação de Material Bélico, das fábricas, dos arsenais, dos parques, dos depósitos e das unidades de manutenção.
Nos dias atuais o Serviço de Intendência integra quatro sistemas de primeira ordem: o Sistema Operacional, o Sistema de Ensino, o Sistema Logístico e o Sistema de Economia e Finanças.
Nos sistemas Operacional, Logístico e de Economia e Finanças os encargos referem-se principalmente à execução das atividades inerentes à Intendência, enquanto no de Ensino visam à formação e capacitação dos recursos humanos.
O Serviço de Intendência, em sua evolução histórica, deixou de cumprir exclusivamente missões relacionadas com a gestão de fundos e o suprimento de classe I. Também passou a exercer outros encargos, tais como: transporte de pessoal e de todas as classes de suprimento; suprimentos de classes II, III e produtos acabados de outras classes, em campanha; serviço de banho, lavanderia e sepultamento em campanha; suprimentos reembolsáveis; administração financeira; controle interno; e informática.
O Quadro de Material Bélico tem solidificado seu papel no apoio logístico às operações militares. A importância do QMB tem sobressaído na supervisão e execução rotineiras de manutenção e fornecimento de suprimentos.
Os últimos conflitos ratificaram a importância cada vez maior da Logística nas operações militares. Mais do que multiplicador do poder de combate, a Logística passou a ser definidora do curso das guerras. Isso só ressalta o papel desempenhado pelo Serviço de Intendência e pelo Quadro de Material Bélico no âmbito do Exército Brasileiro.
No final do século XX, o Exército Brasileiro, como resposta às necessidades de integração e racionalização dos meios logísticos, extinguiu o Departamento de Material Bélico e o Departamento-Geral de Serviços e criou o Departamento Logístico (D Log).
O D Log passou a realizar, de forma centralizada, todas as funções logísticas – prever, prover e manter – relativas à área de material. Para isso, foi estruturado em diretorias identificadas com as atividades de suprimento, transporte, mobilização e manutenção."

Esta página é parte integrante do http://www.guiadelogistica.com.br/ .