PORQUE O ALI (NOS MOLDES DO ILS),
NÃO FOI AINDA IMPLANTADO NA MB
ou o
MAPA DA MINA PARA IMPLANTAR O ALI (NOS MOLDES DO ILS) NA MB
Esse texto trata de um importante
aspecto da Logística, que é a implantação do Programa de Apoio Logístico
Integrado (ALI) na Marinha do Brasil, nos moldes do Integrated
Logistics Support (ILS) como praticado nos países de expressiva
cultura militar e elevada expressão militar.
DEFINIÇÃO: “Integrated Logistics
Support (ILS) é o gerenciamento disciplinado e integrado de todas as
atividades destinadas a produzir um design
de um siste-sistema apoiável e uma capacitação razoável de apoio, a fim de
alcançar um conjunto pré-determinado de objetivos mensuráveis com um
custo de posse aceitável” (Jones:2006).
“ILS é
metodologia e conceito universalmente aplicado. É extrememente flexível
e aplicável a qualquer situação. É tanto ciência quanto arte. É ciência
em face de serem mensuráveis seus resultados, mas também arte porque sua
aplicação pode ser diferente para cada situação. Desse modo é um
mixing, complexo de ciência e arte que o torna um dos mais poderosos
processos disponíveis para atender aos requisitos dos Utilizadores, dos
Compradores e dos Vendedores.” (JONES:2006, pg 1.9 e 10).
INTRODUÇÃO
A expressão “ALI, nos moldes do
ILS” tem por propósito enfatizar que não pode haver outro tipo de
ALI, que não seja nos moldes do ILS, ou então não se estará tratando do
mesmo processo. Quando muito o processo do ALI (nos moldes do ILS) pode
ser customizado em face de peculiaridades de um país ou de uma
organização.
Supomos que o ALI (nos moldes do
ILS) seja um processo que se alinha com os objetivos estratégicos da
Marinha do Brasil e é economicamente viável (embora tal careça de
prova).
Partimos do ponto em que todos os
elementos da instituição militar brasileira já saibam o que é o ALI (nos
moldes do ILS) e desejam a sua implantação e implementação nas suas
forças, e também no Ministério da Defesa, além da propagação de seus
fundamentos para as indústrias da base industrial de defesa (isso
implica num ambiente de compartilhamento de dados).
Recordando, o ALI (nos moldes do
ILS) é um processo essencial para o desenvolvimento do apoio dos ativos
militares de defesa e todo e qualquer outro material de emprego militar
cuja complexidade tecnológica, entre outros fatores relevantes, assim o
indique. Esse material pode ser concentrado sob a denominação de
supersistemas ou sistemas complexos e, portanto, é objeto do interesse
da Engenharia de Sistemas
.
São metas do ALI (nos moldes do ILS):
·
Influenciar nas decisões sobre apoio logístico na fase de
design;
· Alcançar o menor custo de posse possível;
· Identificar os principais fatores determinantes de custo;
· Identificar e desenvolver os recursos de apoio logístico.
O ALI (nos moldes do ILS) é
inerente no processo da Engenharia de Sistemas, que por sua vez é a
ferramenta imprescindível da Logística de Obtenção, abordagem da
Logística que trata da obtenção dos complexos sistemas de defesa, por
meio de um Sistema de Obtenção. Suas metas indicam grande peso na fase
de design de sistemas de defesa, razão pela qual está intimamente
vinculado ao preparo do Poder Naval (embora isto não seja excludente de
sua grande importância na fase de aplicação do Poder Naval).
O processo do ALI (nos moldes do
ILS) tanto é importante na obtenção de novos sistemas de defesa, como
também para os sistemas de legado já existentes.
O processo do ALI (nos moldes do
ILS) aplica-se tanto ao hardware como ao software.
O ILS levou anos para ser
implantado e implementado nas Forças Armadas do país de origem (EUA),
tendo início aí pelos idos de 1960. Embora não comportando conceitos de
difícil compreensão, sua implantação e implementação implicaram em
muitas alterações na base cultural e das estruturas organizacionais
vigentes, no sentido de que fosse alcançada a almejada integração. Isso
requereu, ao longo dos anos de assimilação, uma base cultural com
conhecimentos sobre várias disciplinas técnicas muito bem assimiladas
pelos diversos atores que tomaram parte na sua implantação. Se não
tivesse havido concordância de pontos de vista, muita vontade comum e
perseverança para implantar o programa do ILS, dificilmente se teria
alcançado o sucesso na empreitada.(KUHLMAN:1969, pg 114)
Daquela época até os dias atuais a
evolução do processo do ILS foi significativa, e hoje suas metas formam
a base da embrionária disciplina conhecida como Engenharia de
Apoiabilidade.(JONES:2007, pg 1.4)
A implantação do programa do ALI
(nos moldes do ILS) ainda continua a se assentar nas mesmas exigências
de quando foi implantado da primeira vez. Pela riqueza de detalhes
técnicos e pela própria característica do empreendimento, a implantação
do ALI (nos moldes do ILS) deve ser feita segundo a gerência de um
projeto
(até porque trata-se de um processo complexo e terá um início e
um fim perfeitamente definidos) segundo uma das metodologias conhecidas
de gerência em projetos, pois essa é a única maneira de garantir o
sucesso na execução simultânea e integrada de todas as tarefas
necessárias para implantá-lo.
Sendo um projeto uma tarefa
temporária realizada para criar um produto ou serviço exclusivo, e
mais, sendo um programa é um grupo de projetos relacionados
gerenciados de forma coordenada (adotando-se o conjunto de
conhecimentos sobre gerência em projetos como disseminados pelo PMI
– ou seja a PMBOK),
inferimos que deve ser desenvolvido na Marinha investimento para
implantação do Programa do ALI (nos moldes do ILS), e dentre os
vários projetos desse Programa , em especial, o da implantação do
processo do ALI (nos moldes do ILS).
Quando falamos em investimento, no parágrafo acima,
fazemos distinção entre projeto de investimento da Sistemática do Plano
Diretor como adotada pela Marinha do Brasil, e os projetos técnicos
desenvolvidos dentro de um programa, como no caso o Programa do ALI (nos
moldes do ILS). Não que sejam, na essência, conceitos diferentes, mas
sim para apontar aos escalões de planejamento e execução em nível
subordinado, a necessidade de também usarem ferramentas adequadas, como
as da gerência em projetos.
Lembramos que o conceito de projeto, que abrange a
pesquisa, o desenvolvimento e a engenharia, segundo os conhecimentos
disseminados pelo PMI, tem a seguinte estrutura: Iniciação,
Planejamento, Controle, Execução e Conclusão.
Esclarecida essa metodologia, ela será usada como
referência para o desenvolvimento deste texto. Chegamos, então, ao ponto
crucial – o da implantação do ALI (nos moldes do ILS), na Marinha do
Brasil.
E POR QUE O ALI (nos moldes do ILS) até hoje não foi implantado na MB?
Embora venha sendo o desejo manifesto da Marinha há
vários anos, esse grande projeto – implantação do processo do ALI (nos
moldes do ILS), não ocorreu até então por quê? São possibilidades:
1.Os conhecimentos existentes,
principalmente daqueles responsáveis pela execução da tarefa, não tem
sido compatíveis com a principal meta. De fato, não é conhecido estudo
sistemático e aprofundado do assunto Apoio Logístico Integrado, e sua
disseminação pelos diversos escalões de comando e execução.
1.1 A publicação básica
da Marinha, sobre Logística (EMA400), no Capítulo que trata do ALI, é
excessivamente descritiva, emite conceitos de interpretações duvidosas
(são exemplos: a definição de ALI “de um modo bem genérico”, pg
6-3 terceiro parágrafo; e a afirmativa que “de modo que após a
entrada em serviço do meio/equipamento haja absorção do mesmo (do ALI)
pelo sistema (Sistema de Apoio Logístico), sem quebra de continuidade)
pg 6-7 segundo parágrafo, etc,). Ela também não orienta quanto à
implantação do processo na Marinha (Artigo 6.3).
1.2 São imprecisões e
superficialidades das quais vem resultando, nas várias tentativas de
implantar o ALI 9 (nos moldes do ILS), ou que as ordens dadas para
executar a tarefa sejam vagas, ou o assessoramento aos escalões
superiores não tem sido suficientemente apropriados.
2. Não existe Sistema Logístico na MB (EMA400:
artigo 2-5, pg 2-3, id.) que trate tanto do preparo do Poder Naval
quanto da sua aplicação. Da ênfase nas operações (aplicação) resulta
haver um Sistema de Apoio Logístico, com ênfase na aplicação, mas não um
Sistema Logístico.
2.1 Em tempo de paz a
referida publicação não atribui responsabilidade a uma autoridade
única (ou atribui a todas, o que, sem orientação adequada leva à 'não
responsabilidade') da supervisão do Sistema de Apoio
Logístico (Art 7.2), enquanto que em “situação de conflito”
atribui a responsabilidade no escalão administrativo ao EMA, de “supervisão
do Sistema de Apoio Logístico da Marinha.”
2.1.1 Infere-se que, em
tempo de paz, não existem atividades de orientação e de supervisão pelo
órgão de Direção Geral sobre o Sistema de Apoio Logístico da Marinha.
2.2 Situação semelhante
acontece com relação ao “Planejamento Logístico” (capítulo 8, ibd)
onde não se encontra orientação quanto à situação de paz, somente
orientação relativa à “situação de conflito”.(EMA400: cf 8.2 pag
8-1 ibd).
2.3 A mesma publicação
normativa afirma que “a estrutura organizacional da logística naval
compõe o Sistema de Apoio Logístico, conceituado como ...
”(EMA400, art 2.5 pg 2-3) mas não define o que é ou qual é tal “estrutura
organizacional da logística naval”.
2.4 Mesmo que se
visualize essa estrutura organizacional da logística naval, não
se conhece a organização principal que trata do Sistema de Apoio
Logístico, e o responsável maior pelo gerenciamento de suas atividades
(como tem o Sistema de Ensino Naval, o Sistema de Abastecimento, um
Comando de Apoio, etc), mas apenas um órgão de Direção Geral que o “supervisiona
em caso de conflito” (EMA400: cf. 7.3.1 pag 7-1).
2.5 Um aspecto cultural
a ser eliminado é a interpretação de que Intendência e Logística sejam a
mesma coisa.
3. O resultado desse contexto é de que não se
conhece, até hoje, ordem para implantar o ALI (nos moldes do ILS) na
Marinha do Brasil.
3.1 Em 2005 o então
Comandante da Marinha AE Guimarães Carvalho, emitiu orientação
específica (M-12) de “estabelecer procedimentos para a efetiva
aplicação do processo do Apoio Logístico Integrado na obtenção de novos
equipamentos e sistemas na MB.”(ORCOM-2005)
3.2 Em 14/07/2005 pela
Portaria 102 do DGMM foi criado um GT para “propor o estabelecimento de
procedimentos para a efetiva aplicação do processo do Apoio Logístico
Integrado na obtenção de novos equipamentos e sistemas na MB.”
3.2 Em 2007 o novo
Comandante da Marinha emitiu a orientação específica (M-15)
determinando ao “Setor de Material, com o concurso do setor operativo e
da SGM, conduzisse um estudo conclusivo quanto à exeqüibilidade de
desenvolvimento de um sistema de informações para apoio à Função
Logística Manutenção, cuja tecnologia permitisse a adequada integração
com os demais sistemas corporativos da MB, em especial o Sistema de
Informações Gerenciais do Abastecimento (SINGRA).”(ORCOM 2007), que deu
origem à Ação Decorrente nº 35 da ORISET 2007 da DGMM.
3.3 O documento que mais
se aproximou desse propósito foi uma Portaria da Diretoria Geral do
Material (Portaria_51/2007)
cuja ementa é a seguinte:
“Cria o Núcleo de
Apoio Logístico para propor normas e outros procedimentos, a fim de
capacitar a efetiva aplicação do processo de ALI na obtenção de novos
equipamentos e sistemas da Marinha.”
e no texto da qual foi inserida a
determinação seguinte:
“Parágrafo 2:
Desenvolver um sistema de informações à função logística Manutenção, que
contemple entre outras funcionalidades a análise de apoio logístico,
de acordo com o preconizado pelo processo do ALI (Registro de Análise
de Apoio Logístico) cuja tecnologia permita sua adequada integração
aos demais sistemas corporativos da marinha de guerra, em especial ao
Sistema de Informações Gerenciais de Abastecimento com o concurso da SGM.
“
4. Esse documento (Portaria_51/2007)
pode ser considerado como útil
para a fase de estudos e compreensão do que deve ser o ALI (nos moldes do ILS) na
MB, mas nunca como um documento de implantação do processo do ALI
(nos moldes do ILS) na força naval, até porque não tem
características de um documento de iniciação de um Projeto
(consultar artigos em
http://www.submarinosdobr.com.br/Exemplares/Exemplar38.htm).
4.1 Portanto, entendemos
que não houve Iniciação do Projeto para implantação do ALI (nos
moldes do ILS) na MB, embora aqueles que determinam e aqueles incumbidos
de implantar a metodologia em questão pensem que exista
estrutura de ALI na MB, estrutura de obtenção, normas e procedimentos e
Organizações Militares responsáveis. Quem poderia ter dado origem ao
projeto de implantação do ALI (nos moldes do ILS) na MB seria o DGMM ou C-PRM,
uma vez que aos ODS foi atribuída a tarefa de execução das “fases
logísticas de obtenção e distribuição, pelo menos em situação de
conflito” (cf art. 7.3.1 alínea b) pag 7.2 EMA400), ou seja,
quem tinha os meios para apoiar o projeto, mas até o presente momento não o
fizeram.
4.2 O Núcleo de Apoio
Logístico Integrado, por sua vez, não produziu elementos que permitissem
ao seu chefe superior (DGMM) dar partida no Projeto. Em decorrência, as fases
subseqüentes do Projeto técnico não aconteceram.
MAPA DA MINA PARA IMPLANTAR O ALI (NOS MOLDES DO ILS)
5. Embora tratando de um caso fictício, as
considerações no site acima mencionado que em uma de suas edições
sugeriu uma Instrução normativa para a implantação (ver URL abaixo), indicaram
um possível caminho a tomar
para ser implantado o ALI (nos moldes do ILS) na MB. Vamos repassá-las
neste texto, procurando atualizá-las e enquadrando-as na atual estrutura
de Comando da Marinha. .
6. É oportuno chamar a atenção que qualquer que
seja a abordagem da Logística - naval, da força terrestre ou da força
aérea, ela deve estar em consonância com a orientação do Ministério da
Defesa. Mesmo assuntos dessa natureza – Apoio Logístico Integrado –
devem ter orientação e serem supervisionados pelo nível setorial (MD), por
razões óbvias.
7. Contudo, isso não impede que, não existindo
referências no escalão setorial, o escalão subsetorial (MB) adote medidas
para aprimoramento de suas atividades de preparo e aplicação do Poder
Naval, que até possam vir a servir de referência ao escalão superior,
como o foi o caso da catalogação.
PRIMEIRO PASSO: INICIAR O PROJETO
Expedir o documento charter determinado a
implantação do ALI na MB.
Essa providência requer que tal documento tenha
redação que o caracterize como “documento de autorização do projeto”,
tais como:
(a) incluir uma descrição da
necessidade operacional que o projeto atenderá;
(b) deve incluir uma descrição do
produto resultante do projeto;
(c) deve ser expedido por um gerente
externo que tenha capacidade de apoiar o Projeto;
além de conter uma seção descrevendo os objetivos e as metas principais
do projeto.
Nota: (a sugestão de instrução
normativa consta no endereço
http://www.submarinosdobr.com.br/filepdfs/inst19-01sugestaoVER5.pdf ,
e
pode ser um começo).
Estabelecido o Projeto, antes de prosseguir no seu
planejamento e execução, é útil proceder um “business case” no
sentido de verificar seu alinhamento estratégico com a instituição e sua
viabilidade econômica. Embora esse “business case” não produza
soluções, a comparação daquelas que poderão ser adotadas para a solução
do problema, permitirá a escolha da melhor delas.
SEGUNDO PASSO: IMPLANTAR O PROGRAMA DO ALI
(NOS MOLDES DO ILS) NA MB
Levando em conta o DGMM ter assumido a tarefa de
implantar o ALI (nos moldes do ILS) na MB, vis a vis a
Portaria_51/2007
(abr/2007), são ações a empreender:
A.
Coordenador do PRM
A1. ESCLARECER todas as dúvidas e
iniciar o planejamento para o estabelecimento de um Projeto de pesquisa,
desenvolvimento e engenharia com a finalidade de atender ao objetivo
definido na Portaria_51/2007 (Criar o Núcleo ..... ).
A.1.1 Como já estamos em 2011 e isso
assim não foi feito, pode ser feito agora na forma de um Projeto técnico
para implantar o processo de Apoio Logístico Integrado da Marinha,
que assuma as atividades de orientação, supervisão e execução de todas
as atividades de ALI(nos moldes do ILS).
A2. DESENVOLVER o planejamento para
cumprir o determinado. Considerando que a Portaria_51/2007 não
reúne características de um documento charter para a criação do
Núcleo de Apoio Logístico Integrada da Marinha, o C –PRM deve
imediatamente iniciar o planejamento para a produção e expedição do
documento de autorização do Projeto que atenda às características
mínimas de um documento de tal natureza (descrição da necessidade
operacional que o projeto atenderá, descrição do produto resultante do
projeto, etc.), além dos objetivos e metas principais do projeto. Tal
documento deve, portanto
(1) autorizar o começo dos trabalhos,
isto é, autorizar (formalmente) o início de um projeto, vinculando-o aos
trabalhos e objetivos estratégicos da Marinha de guerra; e
(2) conferir, ao Gerente do Projeto que
será designado, autoridade para fazer o trabalho.
Nota: gerente, com letra minúscula,
refere-se ao título do encarregado do Núcleo conforme foi determinado
pelo DGMM, na Portaria_51/2007 (cf seu Art 1º); usamos Gerente
de Projeto para identificar o Gerente do Projeto técnico de implantação
do processo de Apoio Logístico Integrado da Marinha..
A.2.1 Repetindo, como já estamos em 2011
e isso assim não foi feito, pode ser feito agora na forma de um Projeto
técnico para implantar o processo de Apoio Logístico Integrado da
Marinha, que assuma as atividades de orientação, supervisão e
execução de todas as atividades de ALI (nos moldes do ILS).
A3. DESIGNAR um Gerente de Projeto
Técnico, criar uma equipe de projeto (EIPP de Equipe Integrada de
Projeto e Produto), e de acordo com o parágrafo 9 da Portaria:
A4. PROPOR
“em conformidade com a sistemática do Plano Diretor, um Projeto de
Investimento que comporte a implantação da infra-estrutura e atividades
de base necessárias à efetiva aplicação do processo de Apoio Logístico
Integrado na obtenção de novos equipamentos e sistemas na Marinha de
Guerra”. Considera-se que o C-PRM tem nível organizacional
adequado para satisfazer às necessidades do projeto (Se tem notícia de
que essa providência já foi tomada).
A5. ATENTAR bem para a diferença entre
Projeto na Sistemática do Plano Diretor e Projeto técnico de pesquisa,
desenvolvimento e engenharia, da disciplina Gerência em Projetos.
A.5.1 Esse Projeto Técnico está dentro
do Programa de modernização da MB (PRM), e deverá ser desenvolvido por
uma Equipe Integrada de Processo e de Produto (EIPP) constituída de
pessoas capazes de resolver o problema, e não só os elementos
designados na Portaria_51/2007.
A6. INAUGURAR a organização Gerência
do Programa de Apoio Logístico Integrado da Marinha, como
responsável pela execução do processo do ALI (nos moldes do ILS) (embora
uma sugestão de nome para a organização fixa, está conforme à
determinação do Art. 6º da Portaria_51/2007).
(cont) |
|
A7. ASSUMIR a tarefa determinada
no parágrafo 2º do Art. 4º – “Desenvolver um Sistema de Informações para
Manutenção.”
A.7.1 Desse modo mantém o projeto de "Criar
o Núcleo ... " com finalidade única, como é recomendável. No caso de
assumir a tarefa de desenvolver tal Sistema de Informações, deve ser
criado outro projeto para atendê-la.
A8.ASSUMIR as tarefas indicadas pelos
parágrafos 5º e 10º, respectivamente “Propor Alterações Curriculares
e Propor novos cursos” ... tão logo receba subsídios da Gerência
do Programa de Apoio Logístico Integrado da Marinha.
B. gerente do
Núcleo do Apoio Logístico Integrado da Marinha
Embora à época tratava-se de criar o Núcleo,
na atualidade este já deveria ter evoluído para Gerência, conforme
determinado na Portaria_51/2007 (Art. 6º). Sugere-se para título da
organização atual - Gerência do Programa de Apoio Logístico Integrado da MB.
AÇÕES A EMPREENDER PELO
GERENTE DO NALIM
Imediatamente depois de
assumir, o gerente (pois tal título foi atribuído pela Portaria_51/2007)
deveria ter planejado suas ações como determinado pelo Art. 4º (fluxograma
a seguir), da seguinte maneira (os Parágrafos indicados em cada quadrado
correspondem aos Parágrafos do Art 4º da referida Portaria_51/2007:

Figura 1 Fluxograma das ações que foram
determinadas pela Portaria_51/2007
B1. PRIMEIRA AÇÃO (parágrafos indicados na
Figura 1 acima): Se seu Chefe imediatamente superior (C-PRM) não
cumpriu os ações A1 e A2, a primeira ação do gerente do então Núcleo de
Apoio Logístico Integrado da Marinha deverá ser de cobrança. Deve solicitar
a indicação do Gerente do Projeto técnico, a fim de que este dê
prosseguimento à Inicialização do Projeto Técnico e deve solicitar os
recursos administrativos necessários para guarnecer as dependências que
foram inauguradas (e que o Centro de Projetos Navais não dispunha -
por não existir tal Centro), tais como – material de secretaria,
computadores (pois foram designados para o Núcleo de Apoio Logístico
Integrado da Marinha dois subalternos da área de Processamento de Dados e
dois Escreventes), mobiliário, computadores, máquina de fazer café, etc, ou
seja, ações administrativas típicas de um gerente de uma organização militar
em fase de instalação.
B2. SEGUNDA AÇÃO: Se o C-PRM não
assumiu, questionar a tarefa determinada pelo parágrafo 11, "Aplicar o
Processo do ALI com os conhecimentos e recursos atualmente disponíveis ...
" pelas razões apresentadas parágrafos acima, pois os componentes do Núcleo
de Apoio Logístico Integrado da Marinha nem saberiam, ainda, como fazê-lo,
antes de estudar o assunto.
B3. TERCEIRA AÇÃO: Questionar a
responsabilidade que lhe é atribuída sobre o Sistema de Informações para
apoio da Função Logística Manutenção, pois não poderá desenvolvê-lo com os
meios disponíveis. Esse Sistema de Informações não foi desenvolvido pelo
Núcleo de Apoio Logístico Integrado da Marinha , e sim pelo C-PRM.
Aliás, um Sistema de Informações sobre Manutenção deve ser responsabilidade
de quem trata da Manutenção na Marinha, ou seja, do DGMM, e deixá-lo
para o Núcleo de Apoio Logístico Integrado da Marinha parece bastante
inadequado. Talvez devesse estar com um Coordenador_de_Manutenção,
ou com alguma Diretoria Especializada.
TAREFAS ESPECÍFICAS DE EXECUÇÃO
B4. INFORMAR ao C-PRM que as tarefas
determinadas pelos parágrafos 5º e 10º "necessidade de novos cursos e
alterações curriculares" só serão informadas oportunamente, para as
providências cabíveis.
B5. GERENCIAR o atendimento do que
determina o Artigo 3º da Portaria_51/2007.
B6. ACOMPANHAR o cumprimento de “estar
criado, até 2011, o Núcleo de Apoio Logístico Integrado da Marinha”,
segundo determinação do Art 4º, desse andamento mantendo o C-PRM
informado. Estando criado, propor a alteração do nome para Gerência do
Programa de Apoio Logístico Integrado da Marinha (de conformidade com o Art
6º da referida Portaria_51/2007).
B7. ACOMPANHAR a revisão de que trata o
Art 5 da Portaria_51/2007, e manter o C-PRM informado de
quais ajustes são necessários.
CONSIDERAÇÕES
PRINCIPAIS
Pela análise desse caso constata-se que
Portaria_51/2007, que teve por objetivo criar o Núcleo de Apoio
Logístico Integrado da Marinha, foi cumprida, nesse tópico. Entretanto, por
sua redação confusa e inadequada, misturando tarefas, não vem produzindo
resultados satisfatórios.
1.Como não foi elaborado Projeto técnico
para cumprir a determinação superior de criar o Núcleo, produziram-se
várias distorções subsequentes.
2.Se a Portaria_51/2007 determina
“Cria o Nucleo de Apoio Logístico
Integrado da Marinha para propor normas e outros procedimentos, a fim de
capacitar a efetiva aplicação do processo de Apoio Logístico Integrado na
obtenção de novos equipamentos e sistemas na MB.”
não há razão para se
colocar o foco no Núcleo de Apoio Logístico Integrado da Marinha para
terminar o desenvolvimento e gerenciar a aplicação de um Sistema (Sistema
de Informações para apoio da Função Logística Manutenção), uma vez que:
(a) não foi o Núcleo que o desenvolveu;
(b) não diz respeito à todos
equipamentos e sistemas da Marinha;
(c) a confecção deveria receber orientação
do Núcleo depois que ele tivesse estudado o problema e cumprido o que lhe
foi determinado na Portaria_51/200;
(d) não atende à missão atribuída ao Núcleo,
uma vez que é particular para um único elemento da Logística, a Manutenção,
e não atende às características de um LSAR.
Desse modo, atribuir tais ações ao Núcleo o
é em detrimento da missão a ele atribuída (propor normas e outros
procedimentos, a fim de capacitar a efetiva aplicação do processo de Apoio
Logístico Integrado na obtenção de novos equipamentos e sistemas da
Marinha)
3. Uma possível argumentação contra para tal
postura é que se ao Núcleo de Apoio Logístico Integrado da Marinha for
atribuída a responsabilidade de gerenciar o desenvolvimento do software
para o processo de informações sobre a manutenção na MB, e a sua execução,
por que a ele (Núcleo) não ser atribuída, também, a responsabilidade de
gerenciar o desenvolvimento e manutenção dos demais softwares que
tratam das informações sobre os outros elementos da Logística, tais como o
SMP, os suprimentos, o controle das publicações técnicas, a formação de
pessoal especializado, o desenvolvimento das instalações físicas necessárias
para apoio logístico, etc?
4. Mesmo que o Projeto técnico de
implementar o processo do ALI (nos moldes do ALI) tivesse sido criado,
seria recomendável ter sido submetido a um “business case” para
verificar seu alinhamento com gestão estratégica da Marinha e a sua
viabilidade econômica. Embora sem indicar soluções, certamente tal análise
permitiria a seleção da melhor maneira de implantar e implementar o processo
de ALI na Marinha (uma das quais aqui sugerida – a criação do Programa do
ALI (nos moldes do ILS).
5.Esse, em resumo, é um caso em que o
cumprimento das determinações do escalão superior sem seguir o que é
preconizado pela disciplina Gerência em Projetos, acarretou uma série de
distorções. Em particular, foi criado um Núcleo, com uma tarefa limitada,
sujeito, portanto, a quaisquer aventuras, e sem recursos a altura para
cumprir o que lhe foi determinado.
PROPOSTA DE UMA SOLUÇÃO POSSÍVEL PARA
IMPLANTAR O PROCESSO DO ALI (NOS MOLDES DO ILS) NA MB.
A proposta final desse trabalho é sugerir
uma solução para implantar o processo do ALI (nos moldes do ILS) na MB, qual
seja a transformação do atual Núcleo de Apoio Logístico da Marinha numa
organização bem estruturada, parte de um Programa que pode englobar outros
processos, e com recursos suficientes para orientar, supervisionar e
gerenciar a execução do processo de Apoio Logístico Integrado na MB, com a
sugestão de nome de Gerência do Programa de Apoio Logístico Integrado da MB.
VANTAGENS E DESVANTAGENS DESSA SOLUÇÃO
Embora prematuro elencar vantagens e
desvantagens na adoção dessa linha de ação para implantar o ALI (nos moldes
do ILS) ), algumas já podem ser citadas, servindo de base para um futuro
estudo de caso (business case):
VANTAGENS:
A definição do DGMM como instituição
responsável pela orientação, supervisão e execução do ALI (nos moldes do ILS)
na MB (de acordo com determinação do EMA);
A centralização do controle do processo do
ALI (nos moldes do ILS) na DGMM, e a descentralização da execução.
A definição do órgão responsável pela
coordenação do ALI (nos moldes do ILS) na MB, qual seja a Gerência do
Programa de Apoio Logístico Integrado da MB.
A definição de um único órgão responsável
pelo gerenciamento e uso (popular, filtrar dados, dar acesso, analisar,
manter, etc) do Banco de Dados de Análise de Apoio Logístico (BDAAL);
O estabelecimento de uma estrutura orgânica
da Gerência para ensino, doutrinamento e disseminação do processo do ALI,
visando agregar o caráter de logístico às diversas especializações na MB;
A realização, desde o instante inicial da
instalação da Gerência, da execução de tarefas de Análise de Apoio
Logístico, a título de estudo e aprendizagem de sua aplicação em sistemas
complexos (on-the-job training);
Contribuição para o aperfeiçoamento de
contratos pela introdução de elementos técnicos na sua confecção;
Contribuição para o estabelecimento de
terminologia comum, tendo por deliverable um glossário;
Contribuição para a integração entre Forças
Armadas e o Ministério da Defesa e e entendimento e compartilhamento de
informações com as indústrias da base industrial de Defesa;
Contribuição para o Projeto Logístico do
Ministério da Defesa; etc
DESVANTAGENS:
Devem existir várias desvantagens inerentes
na aplicação do processo do ALI (nos moldes do ILS), uma vez que o processo
do ILS assim o indica. Não temos, no entretanto, elementos para listar essas
desvantagens pois não praticamos o ALI (nos moldes do ILS).
Um interessante artigo na revista Naval
Engineers Journal, Maio de 1993, sob o título Logistics Support
Analysis – Lessons to Be Learned (pg 137-145) alerta para determinados
pontos que, por trazerem desvantagens, já têm que ser considerados como
lições aprendidas.
Lista o autor, na oportunidade: (a) começar
a Análise de Apoio Logístico muito tarde no processo; (b) a complexidade e
abrangência de um programa de Análise de Apoio Logístico; (c) redundâncias
na Análise de Apoio Logístico; (d) deficiências nas Military Standards.
O que podemos deduzir, de todas as
considerações do artigo, é que a Análise de Apoio Logístico, carro-chefe do
processo do ALI, por ser complexa, variada, trabalhosa e cara, deve ser
muito bem planejada e melhor executada, principalmente em termos do
dimensionamento da sua aplicação (tayloring).
ccccccccccccccccccccccccccccc
Engenharia de Sistemas: "efetiva aplicação de esforços científicos e de
engenharia para transformar uma necessidade operacional numa
configuração definida de um sistema, através do emprego de um processo
iterativo "de cima para baixo" de análise de requisitos, análise
funcional, alocação, síntese, otimização do projeto, teste, e
avaliação". O processo de engenharia de sistemas, no desenvolvimento dos
detalhes funcionais e requisitos do projeto, tem, como objetivo,
alcançar o equilíbrio apropriado entre os fatores operacionais (isto é,
o desempenho), econômicos e logísticos.(BLANCHARD:1998)
|